A maioria dos
cientistas desprezava até bem pouco tempo a hipótese da existência de vários
universos, pois a consideravam fantasia e coisa de ficção científica, mas nos últimos tempos,
devido ao desenvolvimento da física, esta visão tem mudado. Normalmente
associa-se o conceito de universo a toda a realidade física. Nesta
perspectiva ele é substituído por “multiverso”, o conjunto de todos os possíveis
universos, os chamados universos paralelos.
Os objetos mais longínquos do nosso universo observável, neste caso o nosso universo, encontram-se a cerca de 4·1026m, que é a distância que a luz percorreu desde o Big Bang. Sobre o espaço exterior nada se sabe, mas podem-se inferir algumas das suas propriedades com base em observações astronômicas.As flutuações na radiação cósmica de fundo recentemente medidas pelo satélite WMAP indicam que o espaço é muito grande ou infinito. Além disso, mostraram que a distribuição de matéria no espaço é uniforme em grandes escalas, o que significa que, assumindo que este padrão continua, as outras regiões não visíveis do espaço devem assemelhar-se ao nosso universo visível, com galáxias, estrelas e planetas.Se estas conclusões estiverem certas, então o espaço está dividido em infinitos universos “locais”, esferas de 4·1026m de raio centradas no observador. Estes “universos paralelos”são apenas regiões do nosso próprio espaço-tempo que ainda não são visíveis, visto estarem demasiado afastadas, e o multiverso é todo o espaço-tempo interligado.
Cada um destes
universos tem características semelhantes ao nosso, as mesmas leis e constantes
físicas, diferindo apenas na sua distribuição inicial de matéria. As atuais
teorias indicam que após o Big Bang a matéria foi espalhada pelo espaço de forma
aleatória, de tal modo que, se o espaço é infinito, todas as configurações de
matéria estão presentes no multiverso, e terão de se repetir inevitavelmente!
Por outras palavras, para tudo o que seja possível pelas nossas leis e
constantes físicas, haverá algum sítio em que isso acontece.
Há também, pelo mesmo
raciocínio, um número infinito de planetas com vida, um número infinito de
cópias de uma determinada pessoa, com o mesmo aspecto, nome e memórias,e que
concretizam todas as ramificações possíveis da sua vida. Fazendo uma estimativa
bastante conservadora calcula-se que a cópia mais próxima de alguém estará a
10.1028
m de distância, e que a 10.10118m estará um universo completamente igual ao nosso.Este
é o tipo de multiverso mais simples e menos controverso. É uma implicação lógica
das propriedades que as observações indicam que o multiverso tenha, apesar
depoucos terem essa noção.
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