Em
uma galáxia chamada Via Láctea, constituída por cerca de 200
bilhões de estrelas e com uma massa de cerca de 750 bilhões e um
trilhão de massas solares é que se localiza nosso sistema solar no
qual pertence a terra. A Terra formou-se há aproximadamente 4,5
bilhões de anos. Ao longo desse tempo, ela sofreu transformações
que deixaram marcas nas rochas, o que permite dividir a sua história
numa Escala Geológica de Tempo. A forma da Terra é aproximadamente
a de um elipsoide de revolução, com diâmetro maior, ao longo do
equador, de 12.712km e um diâmetro menor, ao longo dos seus polos,
de 12.555km.
Na
composição da terra, o Núcleo, apresenta ferro e níquel, tem uma
espessura aproximada de 3.470 km, enquanto a Camada Intermediária,
composta de sulfetos e óxidos, tem uma espessura média de 1.700 km.
O Manto é composto por silicatos e ferro e tem uma espessura
aproximada de 1.100km. Apenas a Crosta, também chamada de Litosfera,
é acessível à observação direta, sendo dividida em Crosta
Superior, composta de sedimentos e granitos, com uma espessura
variando de 15 a 25 km, e uma Crosta Inferior, composta de rochas
basálticas, cuja espessura chega a atingir 75km.
A
origem, a formação, as contínuas transformações da Terra, e os
materiais orgânicos que a constituem, são estudados pela Geologia.
A Geologia divide a história do planeta em eras geológicas. Essas
eras correspondem a grandes intervalos de tempo divididos em
períodos. Esses períodos se subdividem em épocas e idades. Cada
uma dessas subdivisões corresponde a algumas importantes alterações
ocorridas na evolução da Terra, como pode se ver na tabela abaixo:
ERA
|
PERÍODO
/ INÍCIO
|
ÉPOCA
|
PRINCIPAIS
EVENTOS
|
CENOZÓICA
|
Quaternário
1,8 milhões de anos
|
Holoceno
(recente) |
- "Era
do Homem". O homem torna-se a forma de vida dominante sobre a
Terra.
- Estabilização do clima. |
Pleistoceno
|
-
Glaciações mais recentes.
- Domínio dos mamíferos de grande porte. - Evolução do homo sapiens |
||
Terciário
65 milhões de anos
|
Plioceno
|
- Avanço
das geleiras.
- A vegetação é dominada pelos campos e savanas. - Aparecimento de mamíferos ruminantes. |
|
Mioceno
|
-
Formação de grandes campos.
- Mudanças climáticas levam a formação da calota polar Antártica. |
||
Oligoceno
|
-
Aparecimento de elefantes e cavalos.
- Aparecimento de vários tipos de gramíneas. |
||
Eoceno
|
-
Surgimentos da maior parte das ordens de mamíferos.
|
||
Paleoceno
|
- Domínio
dos mamíferos de porte pequeno a médio.
|
||
MESOZÓICA
|
Cretáceo
146 milhões de anos |
|
-
Primeiras plantas com flores, grupos modernos de insetos, pássaros
e mamíferos.
|
Jurássico
208 milhões de anos |
|
-
Pterossauros e primeiros pássaros.
- Dinossauros vagueiam pela Terra. |
|
Triássico
245 milhões de anos |
|
-
Primeira aparição dos dinossauros.
|
|
PALEOZÓICA
|
Permiano
286 milhões de anos |
|
-
Primeiro grande evento de extinção em massa.
- Formação do supercontinente Pangea. |
Carbonífero
360 milhões de anos |
|
-
Formação das enormes florestas de pteridófitas (samambaias) e o
registro das primeiras gimnospermas (espécies com ementes).
|
|
Devoniano
410 milhões de anos |
|
-
Aparecimento dos primeiros vertebrados terrestres, primeiros
artrópodes terrestres, incluindo os insetos e as aranhas;
- Expansão dos diversos tipos de corais; - Diversificação dos peixes. |
|
Siluriano
440 milhões de anos |
|
-
Estabilização do clima.
- Derretimento do gelo glacial, elevação dos níveis dos oceanos. - Evolução dos peixes. Aparecimento dos peixes com mandíbulas; - Primeiras evidências de vida no meio terrestre, incluindo alguns parentes das aranhas e das centopéias, além das primeiras plantas vasculares. |
|
Ordoviciano
505 milhões de anos |
|
- É
conhecido pela ocorrência de invertebrados marinhos diversos.
|
|
Cambriano
544 milhões de anos |
|
- Segundo
registros fósseis, este período marca o aparecimento da maioria
dos grupos principais de animais.
|
|
PROTEROZÓICA
|
2,5
bilhões de anos
|
|
- A
formação das terras continentais se estabiliza;
- Registro dos primeiros fósseis de organismos unicelulares; - Primeira evidência de oxigênio na atmosfera. |
ARQUEANA
|
3,8
bilhões de anos
|
|
-
Formação de 70% das massas dos continentes;
- Aparecimento dos primeiros organismos vivos anaeróbicos, isto é, utilizam metano ou hidrogênio no metabolismo, em vez de oxigênio. |
HADEANA
Não é um período geológico. Não existem rochas na Terra, tão antigas. |
4,5
bilhões de anos
|
|
-
Formação do Sistema Solar.
- Solidificação da crosta terrestre. |
Raciocinar
grandes intervalos de tempo parece meio difícil de entender. Por
isso o exemplo abaixo o tempo geológico foi convertido em um período
de apenas 24 horas. Assim, torna-se mais fácil a compreensão da
passagem do tempo de cada era e período:
ESCALA
GEOLÓGICA DE TEMPO (Conversão para 24 horas)
|
|||||
ERA
|
PERÍODO
|
INÍCIO
|
DURAÇÃO
(horas)
|
||
EM
ANOS
|
24
HORAS
|
||||
Cenozóica
|
Quaternário
|
1.800.000
|
23h 59min
25s
|
00h 00min
35s
|
|
Terciário
|
65.000.000
|
23h 39min
12s
|
00h 20min
13s
|
||
Mesozóica
|
Cretáceo
|
146.000.000
|
23h 13min
17s
|
00h 25min
55s
|
|
Jurássico
|
208.000.000
|
22h 53min
26s
|
00h 19min
50s
|
||
Triássico
|
245.000.000
|
22h 41min
36s
|
00h 11min
50s
|
||
PALEOZÓICA
|
Permiano
|
286.000.000
|
22h 28min
29s
|
00h 13min
07s
|
|
Carbonífero
|
360.000.000
|
22h 04min
48s
|
00h 23min
41s
|
||
Devoniano
|
410.000.000
|
21h 48min
48s
|
00h 16min
00s
|
||
Siluriano
|
440.000.000
|
21h 39min
12s
|
00h 09min
36s
|
||
Ordoviciano
|
505.000.000
|
21h 18min
24s
|
00h 20min
48s
|
||
Cambriano
|
544.000.000
|
21h 05min
55s
|
00h 12min
29s
|
||
PROTEROZÓICA
|
2.500.000.000
|
10h 40min
00s
|
10h 25min
55s
|
||
ARQUEANA
|
3.800.000.000
|
03h 44min
00s
|
06h 56min
00s
|
||
HADEANA
|
4.500.000.000
|
00h 00min
00s
|
03h 44min
00s
|
Como
se vê na tabela acima, o tempo de existência do homem é muito
curto, trata-se de poucos segundos.
AS ERAS E SUAS CARACTERÍSTICAS
Era Hadeana: A Era Hadeana (de hades
= inferno), foi ai que iniciou-se a formação da Terra a partir da
poeira e gás que orbitavam o Sol há aproximadamente 4,5 bilhões de
anos. Ao consolidar-se, a superfície do planeta transformou-se em um
oceano de rochas em ebulição e enxofre líquido. Enormes crateras,
resultantes do intenso bombardeio de asteroides e das explosões
vulcânicas, completavam a paisagem. Com o tempo, formou-se uma
atmosfera quente, densa e carregada de poeira e cinzas, sendo
composta principalmente de nitrogênio, amônia, hidrogênio,
monóxido de carbono, metano e vapor de água, oriundos dos vulcões.
Qualquer rocha que conseguisse resfriar e tomar forma era
imediatamente soterrada por novo fluxo de lava ou explodia em pedaços
atingida por outro asteróide. É provável que nesse momento, houve
uma grande colisão com a Terra, no qual acabou dando origem a Lua.
Gradativamente o planeta perdeu calor, permitindo que o vapor de água
exalado dos vulcões e oriundos dos cometas formasse as primeiras
chuvas.
Era Arqueana: iniciou-se 700 milhões de anos após a formação
da Terra. A maior parte das rochas superficiais havia esfriado e a
maior parte do vapor de água condensou-se, formando um oceano
global. Até mesmo a maior parte do dióxido de carbono havia sido
mudado químicamente e foi depositado no fundo do oceano como
calcário. A atmosfera era então composta principalmente de
nitrogênio e vapor de água, e o céu está repleto de nuvens. O
interior da Terra ainda estava bastante quente e ativo e erupções
vulcânicas eram comuns, formando um grande número de pequenas ilhas
alinhadas em cadeias. Essas ilhas eram empurradas de sua posição
original, como resultado dos movimentos que ocorriam em profundidade
e, ocasionalmente, colidiam entre si formando ilhas cada vez maiores.
Os mais antigos fósseis da Terra foram encontrados em rochas do
Arqueano, com cerca de 3,5 bilhões de anos. O Arqueano durou
aproximadamente 1,3 bilhões de anos.
Era Proterozóica: a Era Proterozóica formou, junto com a
Arquena e a Hadeana o chamado período Pré-Cambriano, que durou
aproximadamente 4 bilhões de anos, quase 90% da História Geológica
da Terra. Dois supercontinentes acabaram por ser formados ao longo do
equador, em lados opostos do planeta, resultado das colisões entre
as pequenas ilhas iniciadas no Arqueano e que prosseguiram durante
todo o Proterozóico. Uma vez que a Terra esfriou mais um pouco,
existia uma menor quantidade de vulcões ativos e os núcleos dos
dois continentes eram agora mais largos e bem mais estáveis. Isso
possibilitou que a vida se desenvolvesse na Terra. Nessa época, a
vida se encontrava na forma unicelular exclusivamente no oceano. No
fim do Proteozóico, surgiram as primeiras criaturas multicelulares.
Tais criaturas ainda não possuíam partes duras, como conchas ou
dentes, daí a dificuldades de serem encontrados seus fósseis.
Durante os últimos 2 bilhões de anos, as algas e bactérias que
dominaram o oceano, consumiram bastante dióxido de carbono,
liberando no processo um terrível poluente: o oxigênio livre. Boa
parte desse oxigênio foi combinado com ferro e outros elementos,
formando grandes depósitos minerais, não sem antes provocar um dos
maiores desastres ecológicos que se tem notícia. A maioria das
bactérias que dominaram o planeta até então eram anaeróbicas e,
por não conseguir sobreviver nesse ambiente rico em oxigênio, foram
dizimadas. A Terra, no final do Proterozóico, estava muito fria e
coberta por uma imensa camada de gelo, visível mesmo ao longo das
regiões equatoriais.
Era Paleozóica (paleo = antigo + zoico = vida): a atividade vulcânica, no Paleozóico, era bem mais amena, alternando-se períodos de calmaria com grandes explosões em todo o planeta. Os primeiros peixes, esponjas, corais e moluscos surgiram ainda no período Cambriano, mas teve-se que esperar pelo menos 12 minutos (até o período Ordoviciano) para ver as primeiras plantas terrestres. O clima mudava com tanta frequência que provocava sucessivas extinções em massa de espécies recém surgidas. Como agora as espécies passaram a apresentar partes duras (conchas, dentes etc.), algumas delas podiam ser preservadas como fósseis, possibilitando a sua descoberta e estudo. No período Devoniano, ocorreu uma grande catástrofe ecológica que dizimou quase 97% de todas as espécies existentes. No período Carbonífero, grandes florestas e pântanos foram formados e destruídos sucessivamente, formando os depósitos de carvão explorados até hoje.
Era Paleozóica (paleo = antigo + zoico = vida): a atividade vulcânica, no Paleozóico, era bem mais amena, alternando-se períodos de calmaria com grandes explosões em todo o planeta. Os primeiros peixes, esponjas, corais e moluscos surgiram ainda no período Cambriano, mas teve-se que esperar pelo menos 12 minutos (até o período Ordoviciano) para ver as primeiras plantas terrestres. O clima mudava com tanta frequência que provocava sucessivas extinções em massa de espécies recém surgidas. Como agora as espécies passaram a apresentar partes duras (conchas, dentes etc.), algumas delas podiam ser preservadas como fósseis, possibilitando a sua descoberta e estudo. No período Devoniano, ocorreu uma grande catástrofe ecológica que dizimou quase 97% de todas as espécies existentes. No período Carbonífero, grandes florestas e pântanos foram formados e destruídos sucessivamente, formando os depósitos de carvão explorados até hoje.
Era Mesozóica: no início do Mesozóico formou-se um
supercontinente, chamado de Pangea, que foi depois dividido em dois
grandes continentes que passaram a ser conhecidos como Laurásia, ao
norte, e Gonduana, ao sul. Nessa era surgiu uma imensa variedade de
dinossauros, herbívoros em sua maioria, que reinaram no planeta
durante mais de 160 milhões de anos. Porém, um meteoro de pelo
menos 15km de diâmetro atingiu a atual península de Yukatan
(México) jogando bilhões de toneladas de poeira na atmosfera marcou
o final dessa era. Uma grande noite se abateu sobre o planeta,
impedindo a fotossíntese das plantas, que não puderam alimentar os
herbívoros, que por sua vez não puderam servir de alimento aos
carnívoros. Pelo menos a metade das espécies existentes foi extinta
nessa grande catástrofe, inclusive todos os grandes dinossauros,
abrindo espaço para que os mamíferos iniciassem o seu reinado, que
perdura até os dias atuais.
Era Cenozóica: nesse período, houve fragmentação dos grandes
continentes até a conformação atual. A América do Sul separou-se
da África, surgindo o Oceano Atlântico Sul; a Austrália separou-se
da Antártica e a América do Norte separou-se da Europa. Grandes
cadeias de montanhas foram formadas nessa deriva continental e novos
ecossistemas foram formados e isolados dos demais, permitindo a
especialização de algumas espécies. Por volta de 150.000 anos
atrás, viu-se os primeiros grupos de Homo sapiens caçando no
continente africano. Essa nova espécie sobreviveu à última
glaciação e migrou apressadamente para os demais continentes.
Dominou todas as outras espécies e começou a usar a escrita e,
portanto, a fazer História, no último décimo do último segundo.
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